Esse post pode ser visto como uma afronta a tão popularizada cultura do processo terapêutico com tempo indefinido, e consultas contínuas ao decorrer de anos e anos…
Todos precisam de terapia?
Precisamos ir a consultas pelo o resto das nossas vidas?
Bem, não quero ir contra a atuação de um psicólogo, só quero mostrar onde é possível, e até melhor, sermos nossos próprios analistas.
E pontuar onde o a psicoterapia é indispensável e não deve ser deixada de lado.
Vou passar um modelo mental que eu utilizo para me ver livre dos conflitos que as vezes me encontro.
Isso é importante porque você deve aprender a lidar com seus problemas, mesmo que peça ajuda a alguém.
Ou isso acontece, ou você vai ser lançado sem piedade em um abismo.
Autogestão Psicológica e Emocional
Autoterapia é aprender a gerenciar nossas emoções e pensamentos, algo que todos devemos desenvolver.
Gerenciamento Emocional
O gerenciamento de habilidades emocionais se dá em ter a capacidade de:
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- Identificar emoções.
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- Conseguir nomeá-las.
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- Saber o que fazer com elas.
Veja que nesse processo não controlamos o que sentimos. As emoções permanecem e o que devemos desenvolver é a capacidade de geri-las.
Isso é muito importante não só em aspectos pessoais, mas também em aspectos profissionais.
Uma pesquisa com 1.400 executivos de RH, conduzida pela Page Personnel, mostrou que 90% das demissões ocorrem devido a problemas de comportamento e falta de habilidades emocionais no trabalho.
Analfabeto Emocional
O problema é sério e vai além. Poucas pessoas aprendem sobre habilidades emocionais.
Apesar do aumento da discussão sobre o cuidado emocional, muitos ainda não sabem lidar com suas emoções.
A maioria das pessoas são analfabetas emocionais

Gerenciamento Psicológico
O desenvolvimento de habilidades psicológicas, acaba sendo essencial para a forma como lidamos com padrões de pensamentos.
Esse processo, nos permite transitar em questões como:
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- Aspectos de crenças pessoais
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- Autoestima
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- Autoconfiança
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- Inseguranças
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- Autonomia (contrário de dependência)
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- Flexibilidade Psicológica (conseguir lidar com o que não tem controle)
Gerenciar as emoções não é ignorá-las, mas entendê-las e lidar com elas de forma útil.
Você verá técnicas práticas, que vão te ajudar a viver no momento presente, e desenvolver habilidades para o dia a dia.
O que Apenas a Psicoterapia Pode Tratar
A psicoterapia é uma abordagem eficaz que trata um variedade de questões emocionais e comportamentais.
A psicoterapia pode ser útil em uma ampla gama de situações, como quando falamos sobre psicopatologia e transtornos, que incluem, mas não se limitam a:
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- Quadro Depressivo;
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- Transtorno de Ansiedade;
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- Transtorno de Personalidade;
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- Transtorno de Estresse Pós-Traumático;
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- Transtorno Bipolar…
A psicoterapia é importante em casos mais complexos porque ajuda os pacientes a entenderem suas condições, a lidarem com emoções intensas e comportamentos disfuncionais.
O Grande Dilema
Mas e para todas as outras questões comentadas anteriormente, todo mundo precisa de psicoterapia?
A resposta é NÃO.
Não é todo mundo que precisa recorrer a um terapeuta, mas todos precisam cuidar da saúde mental.
Uma analogia feita pela Psicóloga e Mestre Grabriella Affonso, deixa isso mais claro quando faz a seguinte afirmação:
“Nem todo mundo precisa de um Personal Trainer, mas todos devem cuidar da saúde.”
Por Onde Começar
Todos precisam cuidar e desenvolver essas habilidades de gerenciamento emocional e psicológico, mas como já foi comentado, nem todo mundo aprendeu essas habilidades ao decorrer do tempo…
Abordagem Tradicional
Bem, alguns recorrem à psicoterapia com acompanhamento pessoal, já que o gerenciamento psicológico também está presente na Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC).
Na TCC, as pessoas trabalham com um terapeuta para identificar pensamentos negativos e trocá-los por pensamentos mais positivos e realistas.
Porém o mais interessante é que dentro dessa abordagem, um dos principais objetivos é o que o paciente tome o controle da sua situação e se transforme no seu próprio terapeuta.
Não no sentido técnico da coisa, você não vai poder sair atuando como psicólogo em casos de transtornos e psicopatologias. Não é isso.
É sobre desenvolver habilidades que te permitem seguir no processo de autoconhecimento, autodesenvolvimento e autogestão emocional e psicológica.
Abordagem Autodidata
Também é possível que essa capacidade da autoanalise seja desenvolvida de outras maneiras, com materiais que elevem sua consciência sobre o assunto e te capacitem no desenvolvimento dessas habilidades.
Imagina se todas as pessoas precisassem depender exclusivamente de um psicólogo para desenvolver habilidades emocionais?
Felizmente, essa não é a realidade.
E esse post é um dos materiais (se não o principal) a te dar todas as estratégias para dominar a Arte de Ser seu Próprio Terapeuta.
Aplicações e Conceitos Práticos da Autoterapia
Um dos maiores problemas que você pode enfrentar está na busca por cavar o passado, encontrar culpados e remoer memórias.
O conceito de que as suas ações do presente são definidas por acontecimentos do passado pode fazer um pouco de sentido, mas até certo ponto.
Pois há situações que você percebe que não tem como atrelar a um acontecimento de anos atrás, quando o mesmo acontecimento esteve presente na vida de outras pessoas e os resultados foram totalmente diferentes.
“Ah, eu tiro notas baixas, fico ansioso e sem querer fazer nada porque eu fui desvalorizado quando era mais novo”
“Ah, eu tiro boas notas e faço tudo em excesso porque eu fui desvalorizado quando era mais novo”
Esse é um exemplo simples, mas que coloca em xeque a questão pontuada anteriormente: como um mesmo acontecimento tem resultados distintos?
Sua Reação Molda a Percepção
A resposta pra isso está em como você reage a um determinado acontecimento.
A maneira como você reage a uma situação ou evento influencia diretamente na forma como você percebe essa situação.
Em outras palavras, a suas ações serão em decorrência de como você interpreta e compreende essa experiência.
E aí está a grande diferença entre remoer os fatos do passado para apenas revive-los e atribuir possíveis culpas, e entre entender que eles estão presentes, mas que não devem ter influência em quem você é hoje.

Reviver uma situação do passado afim de atribuir a responsabilidade da sua situação atual, é se colocar em um lugar de vitimismo exagerado, e isso faz com que tanto o problema, quanto a solução sejam atribuídos a coisas exteriores.
Se a culpa dos seus problemas está sempre nos outros menos em você, como você vai resolve-los se os outros não quiserem?
Você é Fator Principal da Sua Vida
A questão não é como você chegou no buraco onde está, mas sim em como você vai sair dele.
O foco não deve estar no passado ou nas circunstâncias que te levaram a uma situação difícil ou desafiadora. Em vez disso, o foco deve estar nas ações e decisões que você pode tomar para superar essa situação e encontrar uma solução.
É melhor colocar o poder nas suas mãos, assim você percebe que pode melhorar, e pode buscar o seu processo de evolução pessoal.
Você é a Narrativa: Escreva a Sua História
Você é a narrativa que conta a si mesmo. Internalizar isso vai te fazer ter domínio sobre a realidade.
Você não é seu corpo: ele lhe foi dado.
Você não é seus pensamentos: você pode observá-los.
Você não é seu nome: ele foi dado por outros.
Você é a consciência por trás de tudo isso, é ela que te permite observar o universo ao seu redor.
Cabe a sua consciência a capacidade de perceber o mundo ao seu redor com UMA NARRATIVA atrelada a ela…
A Neutralidade das Memorias
Uma coisa que vai te ajudar a entender como é possível ter o controle da narrativa, é internalizar que nossas memórias são neutras.
Nós temos memórias, isso é um fato.
Porém, por mais que no acontecimento que gerou cada uma delas, a experiência tenha tido alguma emoção (alegria, tristeza, raiva, etc), quando se tornam memorias, elas passam a ser neutras.
Elas deixam de ser boas ou más, elas não têm o poder (ou pelo menos não devem ter) de te afetar no presente.
Então qualquer sentido ou identidade que você atrelar ao seu passado e as suas memórias, será uma narrativa que você vai estar atrelando a si mesmo.
Toda Identidade é uma Construção Feita por Nós Mesmos.
Quando você se depara com uma situação que leva você a pensar algo como: “Sou tímido, tenho vergonha de interagir”
Faz com quê você busque memórias que reforçam essa narrativa.
Entender isso é libertador, você começa a perceber que parte das crenças estabelecidas por você são autoimpostas.
Você está deixando de lado todas as memórias que contam uma outra história, como memórias de momentos em que você não estava refém da “timidez”.
Você está constantemente escolhendo o seu campo de visão, escolhendo quais memórias você revisa, e quais narrativas atrela a elas.
Pare de se Culpar pelo Passado
Sabendo disso, o que vou falar pode parecer loucura, mas a verdade é que grande parte das coisas que aconteceram no seu passado podem ser ignoradas.

Claro que há situações que foram pontos cruciais e que não podem ser simplesmente aniquiladas.
Mas o fato é que muitas vezes carregamos a culpa por situações bem mais simples do que aparentam ser.
E ficamos remoendo memórias que não vão nos levar a lugar algum.
Entenda que não existe momentos iguais, o próprio presente não existe.
Isso é assunto pra outro post, mas de modo geral a todo momento trilhões de variáveis estão acontecendo.
Você não prevê nada.
Em teoria, não existe erros e falhas.
O que existe é uma vida acontecendo a todo momento.
Você provavelmente fez o que considerava certo naquele momento, dadas as informações que você tinha.
Aceite o fato de que você não sabe o que vai acontecer no futuro.
Mesmo agora você está sujeito a tomar uma decisão e se arrepender depois, isso pode acontecer com você porque as suas ações são com base no que você considera ser melhor nesse momento.
Se você está sujeito ao ‘erro’, imagina o seu EU do passado? Que provavelmente você não o reconhece…
Aprenda Com o Que Viveu
Revisar o passado em si não é um erro.
Isso te faz analisar o que você fez, e te ajuda a não cometer novamente atitudes que não agregaram positivamente na sua vida.
Errado é se aprofundar no passado afim de apenas revive-lo, mesmo que emocionalmente.
É interessante que você olhe para o que passou e pense:
“Está tudo bem, eu costumava ser assim no passado. Agi com base nas informações que tinha, mas agora sou uma pessoa diferente, uma versão melhor.”
Você não está limitado ao seu passado; você é a consciência ligada a uma narrativa. Cabe a você decidir como deseja contar essa história.
Como Ser seu Próprio Terapeuta
Quando você aconselha os outros, não consegue ver a história deles nem reviver o passado em suas mentes. É por isso que seus conselhos são claros e diretos.
Quando você está se aconselhando, você tem a sua narrativa, o jeito que você escolheu contá-la e as emoções que carrega consigo.
Então quando você for se aconselhar, você tem que deixar sua narrativa de lado, controlar suas emoções e focar unicamente em como você pode resolver seus problemas de forma objetiva.
Chamo isso de Perspectiva Clara, e é possível ter essa objetividade nas ações com alguns exercícios práticos que desenvolve as habilidades necessárias, para uma boa manutenção da saúde mental
1. Caminhos Cruzados: Um Relato Anônimo
Neste exercício, você descreverá sua situação, mas sob a perspectiva de outra pessoa.
Imagine que o problema é de alguém que você pode dar um nome qualquer, e que está oferecendo conselhos para essa pessoa superar os desafios.
A partir daí, revise os conselhos dados ao personagem fictício e aplique em sua própria vida, ganhando uma visão externa sobre sua própria situação.
A ideia por trás, é que você lide apenas com o problema do ‘desconhecido’ e não leve em conta nada além da situação atual.
2. Dualidade Interior: A Versão Competitiva de Si Mesmo
Neste cenário, imagine que está competindo consigo mesmo em uma situação semelhante.
Se pergunte o que o ‘SEU RIVAL’ faria para se tornar um competidor melhor do que você mesmo.
Faça isso, descubra o que ele faria e comece a implementar as ações sugeridas na sua própria vida.
Este método desafia você a enfrentar seus próprios obstáculos, tendo uma visão externa, e ajuda a reconhecer o que está ao seu alcance.
3. Crenças Limitantes: Uma Abordagem Assertiva
Todos nós temos aquelas crenças e pensamentos que nos impedem de progredir. A chave é substituí-las por algo melhor.
Veja, se você acha que não consegue fazer algo, pergunte a si mesmo: “É realmente impossível ou será que eu só não tentei direito?”
A maioria das vezes, há uma maneira.
Faça essa correção com Comparação e Evidência Assertiva.
Exemplo:
“Não consigo fazer dinheiro na internet”
“Porque você acha isso?”
“Não sou bom com tecnologia.”
“Por que você acha isso?”
“Porque sempre tive dificuldades com computadores.” (crença limitante)
Todo mundo começa do zero. E se você não se pré-dispor a aprender, nunca vai evoluir.
Pratique e peça ajuda quando precisar. Com paciência e prática, você vai aprender.
É principalmente nesse processo de rever suas crenças que você deve agir com cuidado e observação.
Você vai perceber que existe um ponto chave que limita você, e muitas vezes, resolver isso é mais simples do que parece.
Ou por mais que não seja simples, é possível e provável.
Encontre todas as crenças e vá curando uma a uma as que não estão te servindo.

Entenda que nenhum dos seus pensamentos é um fato, existem provas do contrário. Comece a se identificar com o lado positivo da equação.
4. Modelando a Mentalidade: A Arte da Mentoria Sutil
Aqui você deve buscar inspiração em mentores, que podem ser encontrados online ou em livros, o interessante é que eles possuam uma mentalidade que você valoriza.
Consumindo o conteúdo dessas pessoas, você começará a internalizar sua forma de pensar e ver o mundo.
Ao entender que suas ações moldam quem você é, você será desafiado a agir de acordo com os princípios e valores dos seus mentores escolhidos.
Este processo visa corrigir suas ações, te ajuda a superar desculpas autoimpostas e a adotar uma mentalidade mais determinada.
Ao se imaginar agindo como um mentor, você encontrará as respostas necessárias em determinadas situações.
A ideia de ter um mentor é orientar suas decisões e ações.
Você vive criando desculpas:
“Sou muito baixo”
“Acho que não sou inteligente o suficiente”
“Nasci em uma cidade pequena”
“Meus pais não têm dinheiro”
“Não tenho dinheiro suficiente”
Agora, pense: se a pessoa que você admira estivesse no seu lugar, o que ela faria?
O Que Fazer Agora
Obrigado por ter lido até aqui.
A primeira coisa a fazer, é me passar um feedback sobre esse post no meu Instagram, isso vai me ajudar muito.
Depois eu quero que com calma, você repasse todas as questões práticas passadas aqui.
Pegue um papel e caneta, abra um bloco de notas, consuma e aplique tudo o que foi passado…
Isso vem sendo muito importante pra o meu desenvolvimento e cuidado pessoal.
Trabalhar em cima dessas habilidades vai ser um dever a ser realizado por toda nossa existência, e seguir o que foi passado aqui já vai te dar um controle sobre a sua própria vida e tomadas de decisão.
Pelo menos acredito que enquanto eu aplicar o que passei aqui, você não vai me ver correndo nu na rua.
Aplique isso, eu também não quero te ver despido por aí…
Até breve.
Aldavid